domingo, 25 de maio de 2008

É só o amor

Estava jantando co'pai outro no shopping e notei que havia uma cifra de música impressa no papel da bandeja. Olhei melhor: era uma música gospel. Todo o papel, aliás, continha mensagens bíblicas e trechos eram citados como resposta para determinadas perguntas.
Sem entrar no mérito se é adequado ou não imprimir a palavra de Deus no papel que vai embaixo dos pratos e que, portanto, corre o risco de ser respingado com gordura e afins, reproduzo a "resposta" para "o segredo da felicidade".


"Visto que sois eleitos, santificados,
amados por Deus, revesti-vos do sentimento da compaixão, benevolência,
humildade, doçura, paciência. Suportai-vos uns aos outros, e se alguém tiver
algum motivo de queixa contra o outro, perdoai-vos mutuamente; asim como o Senhr
vos perdoou, fazei o mesmo, também vós. E, acima de tudo, revesti-vos de amor: é
o vínculo perfeito. Reine em vossos corações a paz do Cristo, à qual fostes
todos chamados em um só corpo. Vivei na gratidão.

Que a palavra de Cristo habite em vós em toda a
sua riqueza: instruí-vos e advertí-vos uns aos outros com plena sabedoria;
cantai a Deus, em vossos corações, a vossa gratidão, com salmos, hinos e
cânticos inspirados pelo Espírito

Tudo o que podeis dizer ou fazer, fazei-o em
nome do Senhor Jesus, dando graças, por ele, a Deus Pai."

Colossenses 3 12-17

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Como já disse o comercial do Omo...

Não faço resoluções de ano-novo, mas, se tivesse preparado uma listinha para 2008, certamente incluiria algo do tipo “entender de uma vez por todas que a vida não pode ser asséptica, que atos têm conseqüências e só se anda para frente quando a vida é vivida de peito aberto e com confiança”.
Quando eu era criança, minha especialidade era deslizar por debaixo dos brinquedos do parquinho feito cobra. Ao final do dia, eu era a criança mais sujinha e minha mãe levava outra camisetinha para não passar vergonha no caminho até em casa. Devia haver olhares de reprovação das meninas que usavam meiazinhas de babado, mas eu não percebia.
Hoje, minha tendência à assepsia me irrita.
Falou e disse quem me chamou uma vez de “paladina das boas maneiras”.
Muito obrigada.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Blues

Hoje fez, em Londrina, um céu azul geada.
É aquele azul infinito, sem uma nuvem sequer a lhe salpicar a hegemonia.
Gosto bem é muito de céu azul geada, a luminosidade fica mais bonita, a grama mais verde e a tez da gente, mais saudável.
Quando eu era criança pequena já percebia a superioridade desse tom celeste. Mas, na época, tinha outro nome: era o azul-Margarete.
Margarete era uma vizinha da vila em São Paulo. Morávamos na casa 16 e ela, na 18. Era uma loira bem branquela e sardenta que tinha um marido alto, ruivo, narigudo, um filhinho adotivo e um Chevette branco. O marido era dono de uma Kombi igualmente branca. Quando o filho tinha uns 5 anos, eles se separaram.
O Chevette de Margarete, com o perdão da rima, era uma extensão da mesma. Ela cuidava e polia. Para proteger o painel do sol, colocava um protetor gigante em forma de óculos escuros sob o pára-brisa. Total anos 80.
Não faço idéia de que idade tinha Margarete. O fato é que ela era um tanto sem noção.
Do tipo capaz de dar banho no gato filhote na pia do banheiro com água quente – da rua, eu e outras crianças ouvíamos miados tenebrosos. Do tipo que, em dias de céu azul, mas de frio cortante, colocava short, miniblusa e ia para a pracinha da vila lavar seu Chevette. Lembro de ver, ela e o filhinho, descalços e com pouca roupa, fazer uma festa com a mangueira. A otite e dor de garganta eram certas na semana seguinte.
Anos depois, quando eu e o Gu protestávamos contra nossos pulôveres e gorros, a mãe advertia:
-“O céu está azul, mas é azul-Margarete!”

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Tá na moda

Os municípios precisam ter um plano diretor que norteie seu desenvolvimento pelas próximas décadas. Está no Estatuto das Cidades - não sei se todo e qualquer fim de mundo precisa, ou se é a partir de determinado número de habitantes.
Em Londrina, o aeroporto também tem um plano diretor.
O Parque de Exposições Governador Ney Braga também mereceu seu plano.
E ontem o entrevistado do primeiro escalão federal falou que as terras agricultáveis também serão enquadradas em um plano diretor. É para que o governo não seja acusado de usar terra demais para plantar oleaginosas e cana e deixar a comida de lado.

Não digo nada se daqui a algum tempo aparecer uma nova modalidade: planos diretores aplicados e pessoas...

sábado, 3 de maio de 2008

Maternidade

Dias desses presenciei uma cena no supermercado. Uma moça, mais ou menos da minha idade, portadora da Síndrome de Down, empurrava um carrinho desses equipados com cadeirinha de bebê. Ela se afastou um pouco e, quando voltou, tratou de ver como estava o seu nenê. Passou a mão na cabecinha e segurou, nas suas, a pequena mão. Fez micagens e mandou beijo.
Sentado na cadeirinha um boneco de plástico permanecia com os bracinhos esticados, rijos. A moça não se importou com a falta de reação, e empurrou o carrinho para perto de onde sua mãe fazia compras sem perder de vista sua menina grande. Era uma senhora de uns cinquenta e poucos anos, sóbria e elegantemente bem arrumada.
Tempos atrás essa cena me deprimiria. Mas achei tão bonito. Bonita também a naturalidade com que a mãe da moça conduziu, a seu lado, a filha empurrando seu netinho que nunca vai falar, andar ou crescer.