terça-feira, 28 de julho de 2009

Em frente

Acho que começou a reta final. Marchar de noite para ensaiar juramento, depois de um dia calorento com aula e atividade física, é muita luta.
Mas eu gosto. Gosto e me irrito com quem reclama.
Amanhã tem cabo-de-guerra. Bom para extravasar.
Meias molhadas nas mãos para não machucar. E que vença o melhor.
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Antes mesmo de pensar em entrar para a Força eu sonhava com avião. Sonhei isso muitas vezes. Hoje em dia meus sonhos têm sempre muita gente. Mais ou menos como minha vida de agora.
Mas raramente eu lembro, por que vivo cansada.
Boa noite.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Do armário

Tudo que tenho a meu dispor nas últimas seis semanas está guardado em um armário que tem entre 50 e 60 centímetros de largura. Uma única porta, com quatro gavetas, um cabideiro e um maleiro. TUDO tem que ser guardado nele: trajes civis, roupa de cama e banho, calçados, três tipos de uniformes - sendo que há mais de um exemplar de cada -, comida, material de higiene pessoal, computador. Enfim, tudo.
Hoje o armário ganhou mais um item. A espada que todo militar oficial possui. É linda, linda. Não corta nem pão de forma, ainda bem, mas é o máximo. (se quiser, dá para afiar. mas o fabricante não recomenda)
O jeito foi tirá-la da caixa, arrumar num canto e guardar a caixa dobrada. É fundamental guardar a caixa, já que nenhuma empresa aérea vai querer transportar uma espada "nua".
Com tão pouco espaço, manter a ordem é fundamental para conseguir achar um par de meias às 5h30, quando ainda falta meia hora para o corneteiro tocar a alvorada e as luzes serem acesas. Por isso, tenho um cabidinho colado com fita dupla face na parte interna da porta, onde fica pendurada minha super lanter de leds. A cola do cabidinho já elvis e, não raro, a lanterna cai aos meus pés, no escuro, quando abro a porta. Legal. Sem falar que quatro portas convergem para o mesmo lado. Ou seja, às 5h30, tem quatro mulheres tentando achar suas coisas no escuro e se trombando.
Querido leitor civil: sabe o que é bombacha sem ser a que gaúcho usa? Sabe o que é bico de pato? E o que é bibico? Tudo coisa de milico.

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Sempre gostei de organizar coisas e vejo nisso um caráter terapêutico. Arrumar a bagunça externa ajuda a organizar o lado de dentro. Aqui, botar ordem no meu pequeno mundo de meio metro ajuda a sentir que as coisas estão no lugar, mesmo que estejam flutuantes.
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Quando o corpo não aguenta, a moral é que sustenta. Esse é um dos muitos lemas.
Desde o início tem gente doente aqui. Teve a onda da conjuntivite, da qual fui percursora, a onda das torções e lesões (escapei, graças a Deus). Agora é a vez das febronas. Que não chegue a gripe óinc por aqui.
A moral está boa e o corpo também. Mandei 41 flexões (de mulher) depois da corrida.

domingo, 26 de julho de 2009

Pensamentozinho

Muito tempo longe do lugar chamado de casa, ainda que eu não tenha mais uma casa propriamente dita, dá uma sensação estranha. Por que pensar em voltar para casa não é mais voltar par o lugar de onde eu saí na manhã nublada de 1º de junho. O lugar de onde eu tenho saudade não existe mais. Preciso me conscientizar disso. E não falo da minha ex-casinha física apenas.
Ainda tem muita mudança pela frente. Novo estado, nova cidade, nova casa. A nova profissão está sendo adquirida. Algumas coisas não assustam mais. Gosto bem dessa nova profissão. É full time, 24 horas à disposição. Não tem não sei, não quero, não gosto. Acho que isso tem a ver comigo. E também não tem hora extra. Hm.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Não tem preço

"Oi, pai, sou eu!"
"Ô, que bom falar com você!"

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Véspera de prova



Amanhã tem a primeira prova. Assuntos nunca dantes estudados. A noite vai ser longa. Comidinhas para ficar acordada.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Do estômago

Faz mais de um mês que eu não como maçã. Em compensação, comi mais carne de porco neste período do que em todo o ano de 2009. Se houver algum adventista aqui, certamente vai virar vegetariano.
Adoro maçã. Lembrei da maçã porque, em Londrina, eu comia rotineiramente uma maçã antes de almoço, com o intuito de tapear o estômago. O efeito era sempre o contrário: o apetite se abria ainda mais antes de eu ir na japa do Com Tour ou no Kyoto. Mesmo quando eu levava meu almoço corporativo - versão ilustre da marmita - o hábito da maçã era mantido.
Tenho outros hábitos. Durante a quinzentena, uma barra de cereal era fundamental para manter a glicemia equilibrada antes do café. O café é às 6 horas. Cedo, né? Teve dias em que, na quinzentena, a alvorada foi às 2h45. Haja cereal. Agora, que a minha vida é quase normal, a barra de ceral mudou de horário, mas permanece prevista: como uma todas às tardes, junto com o cafezinho que custa R$ 10 por mês.
Não tem geladeira. Não vou à rua todo dia porque é muita funçao colocar traje civil. O jeito vai ser comprar umas duas maçãzinhas e guardar no meu exíguo armário. Que merece um post a parte.

domingo, 5 de julho de 2009

A vida é trânsito

Não sou mais repórter. E nem moro mais em Londrina. Continuo com 28 anos. A vida é trânsito. Não ser mais repórter, embora continue jornalista (ufa), é algo estranho de se dizer. Não morar em Londrina é mais estranho ainda. Qualquer referência à pequena Londres me faz parar por alguns segundos e evoca uma cadeia de associações no meu cérebro. Que vai direto para o coração.
A vida nova vai muito bem, obrigada. Já penso em como será deixa-la e ir para a nova novíssima vida sem os companheiros de agora. Ao chegar, fomos avisados: você vão fazer amigos com uma rapidez e intensidade que vão se impressionar. Me impressionei como isso, de fato, acontece. O segredo da cola é botar 165 desconhecidos juntos e submete-los a perrengues que ninguém com curso superior jamais pensou passar. É inevitável: você se agarra a quem está perto e descobre as afinidades. Quando a coisa acalma - e demorou 17 dias para voltarmos a ter jornadas de menos de 20 horas diárias - você olha para o lado e pensa que ufa graças a Deus que finalmente acabou. Tenho certeza de que só cheguei até aqui por que foi em grupo.
Tem profissionais de 31 áreas aqui. Sem que eu me desse conta, fiquei amiga das enfermeiras. Muito, muito mais do que dos jornalistas. Na festa junina de ontem, alguém se deu conta: tinha nove enfermeiras e eu na roda. Já fui até nomeada "atendente de pronto-socorro". Quanta honra! Foi a liga de enfermagem (nome carinhoso) do alojamento Sabará que diagnosticou, antes de eu ir ao médico, que eu estava com conjuntivite. Diagnóstico certeiro. Claro que elas também trataram se manter uma distância segura para não se infectarem. Mas tô bem dos zóio já.
Tem nove semanas pela frente. E muita novidade por vir.