segunda-feira, 21 de maio de 2007

Anotações em noite chuvosa

E agora essa chuvinha de segunda-feira à noite que resolveu cair. Bota a gente saudosa que só.
E eu, que não costumo acompanhar a previsão do tempo, sou pega desprevenida.
[agora tô espertinha: já sei que quinta ou sexta vai gear nalgum canto do Paraná]
Fui pega desprevenidamente ao escutar o vento chiando na janela e sentir o cheiro do molhado. Olhei na rua, o asfalto brilhoso de água, o vai-vem do limpador de pára-brisa e o carro parado no sinal vermelho.
E pensei na pessoa que está lá parada com um pé no freio e outro na embreagem. Quem será que está indo encontrar?

-Você se molhou? - enquanto vem com o abraço, toalha e beijo.

[é mais ou menos como quando vejo as janelinhas de um prédio à noite; quanta vida há de haver em cada quadradinho, quanta vida!]
E nessa hora o cheiro da chuva cutucou meu vazio, a falta, a ausência sentida.
A vida é, mesmo, trânsito?
Então por que essa vontade de parar em certo lugar e ficar?

***

E a música do Arcade Fire que não me sai da cabeça. De certo modo, é trânsito.

Um comentário:

Anônimo disse...

aqui também chove.
saudade.