terça-feira, 30 de dezembro de 2008

December blues

Talvez, no dia eu que eu chegue a algum estágio mais avançado da evolução do que aquele em que me encontro, eu pare de ficar melancólica a cada final de ano. Já foi pior mas, ainda hoje, não consigo dar pulos de alegria nessa época do ano. Quando eu era criança, sentia angústia dessas que queima gelado nas têmporas só de imaginar que o tempo não pára e que um dia meus pais iam morrer e que, a cada ano passado, era tempo a menos.
Essa angústia atemorizante sumiu junto com uma série de outros medos infantis. Mas a melancoliazinha permanece. Quando chega dezembro e vejo os enfeites de Natal, já bate uma nostalgia misturada com um sentimento de gratidão por poder viver. É difícil explicar.


Quem me acode à cabeça e ao coração
neste fim de ano, entre alegria e dor?
Que sonho, que mistério, que oração?
Amor.
(Drummond, dezembro de 1985)

Um comentário:

Anônimo disse...

pois, pois.