domingo, 21 de dezembro de 2008

Seo Natal

A amiga Dani, que mora lá no Hemisfério Norte, teve um tal de Natal Nascimento entre seus recenseados no censo de 2000. Estávamos no primeiro ano de jornalismo na UEL, e contar pessoas em Londrina era uma opção bem viável para descolar algum. O seo Natal entrou para nossa estatística informal de nomes pitorescos dada a redundância.
Muitos anos antes, na infância de Araraquara, achei numa caixa de recuerdos um telegrama que meu avó pernambucano, que morava na Bahia e hoje habita o mundo espiritual, me mandou no meu aniversário de um aninho. Em linguagem econômica, o vô me felicitava pelo meu primeiro natalício na infância de São Paulo. Aí descobri que a palavra natal tem a ver com nascimento e fez todo sentido o Dia de Natal celebrar o nascimento do Menino Jesus.
Hoje, percebo que se comemora muito mais o encontro com parentes queridos do que o nascimento de Jesus neste dia. [para não falar que o espaço do Menino é bem menor do que o do velho barbudo] De certo modo, encontrar os nossos e estar em contato com as origens é uma forma de renascer um pouquinho. Somos todos filhos do mesmo Pai.

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Tudo é mais fácil quando procuramos ver o lado cômico das situações. Num final de tarde, há mais de 20 anos, eu levei um tombaço na vila em que morava em São Paulo. Com a jardineirinha azul do uniforme do Colégio Santana e botas ortopédicas, fiquei estatelada no asfalto e abri o berreiro. Nada mais natural.
Inesperadamente, uns molecões da rua, que geralmente atazanavam a minha paciência e das outras meninas, largaram o jogo de bola vieram me socorrer. Cada um segurou num braço e perna meu e, imitando o “ióóóóó-ióóóó” de ambulância, me carregaram até minha casa.
De drama infantil o tombo virou comédia, e quase perdi o ar na transição entre o choro e a gargalhada incontrolável. Ganhei um ralado no queixo e uma recordação boa.

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